Entrega dos certificados foi realizada no dia 22 de março, na Capela Nossa Senhora Aparecida, em Mário Campos-MG
Uma tarde alegre e bastante descontraída. Assim foi a formatura dos 95 alunos da pasta de “Artesanato”, da 2ª etapa, do “Projeto Social Joias”, realizada no dia 22 de março, na Capela Nossa Senhora Aparecida, em Mário Campos-MG. Na data, estiveram presentes, Elizângela Campos, coordenadora do projeto, Iagnes Reider, coordenadora da pasta de Artesanato, Cássia Rodrigues, gestora e coordenadora da pasta de Tecnologia, César Rodrigues, coordenador da pasta de Música, Charles Reider, da coordenador pasta de Esportes & Saúde, Andressa Rodrigues, presidente da AVABRUM, Mônica Reider, presidenta da AARTEMC e demais convidados e amigos.
De acordo com Elizângela Campos, coordenadora do projeto, foi gratificante ver o resultado do Artesanato. “É um dia de celebração, de gratidão por vocês estarem conosco nessa caminhada, que hoje, no mês de março, completa um ano e quatro meses de projeto. A maioria de vocês tem caminhado conosco desde o início e acreditaram na nossa proposta. Ainda não tínhamos certeza de como seria a caminhada, mas graças a DEUS, se vocês estão aqui hoje, é porque nós conseguimos atingir o nosso compromisso. Quando ouvimos os depoimentos de vocês, percebemos que conseguimos ajudar. Agradeço a toda a equipe do Projeto Social Joias e aos alunos. Muito obrigada a todos e além de certificado, todas as alunas ganharam um kit especial para continuar as atividades do Artesanato. Se DEUS quiser, o Projeto Social Joias seguirá em frente”, disse.
Para Andressa Rodrigues, presidenta da AVABRUM, o Projeto Social Joias tem uma grande relevância. “Algumas coisas tem preço e outras valor. Porém, em relação ao valor, esse não tem dinheiro que paga. Por isso, imagino que é esse sentimento que cada um está carregando no coração. O valor de ter participado desse projeto tão lindo e de ter conhecido tantas pessoas especiais. Falamos de um projeto que foi muito bem planejado. Por isso, enquanto presidenta da AVABRUM e participante do comitê gestor (que delibera e avalia o projeto junto com o Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública da União e Justiça do Trabalho, através da Doutora Viviane, que é juíza da 5° Vara), faremos o que for possível. Sabemos que não existe reparação para quem perdeu um familiar nessa tragédia. Ou seja, nossas 272 joias! Mas o alento é feito através de ações como essa, de ajudar pessoas. Teremos uma pausa, para que tudo chegue no lugar e em breve teremos novidades para vocês”, comentou.
Já para Iagnes Reider, coordenadora da pasta de Artesanato, foi um momento emocionante e de dever cumprido. “A sensação que eu tenho é de dever cumprido e graças a DEUS a gente tá fazendo essa entrega formando 95 alunos. Lembrando que na primeira tivemos 92 e agora são 95. Para nós é uma realização muito grande, já que era um sonho antigo que tínhamos. Aguardamos a prorrogação do projeto, tanto que a procura já está grande e tenho pedido um pouquinho de paciência, já que na fé, a gente vai conseguir essa prorrogação”, disse.
Segundo Iagnes Reider, existem relatos de alunas que melhoraram muito através do Artesanato. “Eu tenho relatos de alunas que largaram os remédios, saindo de depressão por causa dessa convivência, desse acolhimento do Projeto Social Joias e tudo isso, porque elas se sentiram abraçadas. Graças a DEUS, eu tenho uma equipe de milhões e as minhas professoras são todas, sem exceção, profissionais que aprenderam a acolher e abraçar cada aluno, com cada diversidade. Assim, só agradeço a todos pelo carinho”, completou.
Para Monica Reider, presidenta da AARTEMC, foi um momento marcante. “É um dia bem especial para todas nós e me recordo, que, quando o projeto iniciou, uma pessoa me perguntou porque colocamos um nome tão grande, ou seja, Projeto Social Joias – Transformando pelo Abraço e Promovendo a Vida. Todo mundo gosta de ser abraçado, não é mesmo? É quando estamos tristes ou mesmo felizes, o abraço traz a calma. Tanto que, para consolar uma pessoa, basta a gente abraçar. Por isso, quando abraçamos as pessoas, de uma certa forma, transformamos elas. Porque, às vezes, ela está num momento difícil triste, doloroso, angustiante e quando você faz isso, você não precisa dizer nada. Por isso, vejo com muita gratidão que nós conseguimos e prova de tudo isso, esta nesse lindo dia. Vocês são guerreiras e mostraram que são capazes. Podem ter certeza que nós estamos com muito orgulho de todas. Parabéns!”.
Depoimentos emocionantes – pasta de Artesanato – Projeto Social Joias:
– Maria da Consolação:
“Para mim é tudo de bom, pois eu conheci muitas pessoas. O Artesanato no Projeto Social Joias foi muito bom, porque eu estava em um momento de muita tristeza e conhecer pessoas que me abraçaram, me beijaram, me deram amor e carinho, foi muito bom! Só tenho que agradecer as meninas, a Iagnes e a Mônica e as minhas companheiras, pois para mim foi muito bom. Tomara que DEUS abençoe que esse projeto continue, porque ainda tem muita gente querendo participar”, disse.
– Dona Eva:
“Eu agradeço a DEUS, primeiramente, depois a coordenação do projeto pelo trabalho feito na cidade. Obrigada pela paciência, pois todas nós temos nossas deficiências, falhas, mas como o Iagnes falou, fizemos o melhor para passar um pouco do que a gente sabe para todas vocês. Esperamos que vocês continuem firmes e fortes, dando sequência nos trabalhos, para aprender ainda mais. Que DEUS nos ajude e que o projeto tenha continuidade, pois precisamos disso. Que DEUS abençoe a cada um de vocês. Muito obrigada”, disse.
– Geralda Aparecida de Oliveira:
“Eu tenho alguns problemas e tomava muitos remédios. Esse trabalho social me ajudou demais e até a minha cabeça melhorou, porque eu não conseguia fazer nada. Aliás, achava que eu era uma inútil e por isso, pedia a DEUS que surgisse algo na minha vida, até que veio o Projeto Social Joias. As professoras são uma gracinha! Gosto demais das minhas amiguinhas, que fiz lá, da Iagnes e de todos. É maravilhoso! Por isso peço, pelo amor de DEUS, que não tirem esse projeto”, disse.
– Diego Rodrigo da Cunha Félix:
“Para a minha vida foi bom, porque no ano retrasado eu fiz o Artesanato em Tecido. Já esse ano eu fiz Crochê. Na verdade, eu não imaginava que daria conta de fazer, mas consegui. Estou orando muito a DEUS para que o projeto continue, em nome de Jesus. Se prorrogar, quero fazer outras coisas, outras atividades. Gostei muito da Mônica, da Iagnes, da Kelly e de todo mundo do projeto e torço para que ele continue na cidade”, comentou.
– Eliesse Aparecida de Santos:
“Foi muito bom, porque é uma coisa que você esquece dos problemas, entendeu? É uma coisa que te dá força. Eu amei participar e para mim foi um presente. Adoro a Iagnes, aliás, amo ela! Além do Artesanato, eu participo também da Zumba e entrei depois de um momento complicado. Eu peguei a Covid, e da Covid eu cheguei a fazer hemodiálise. Da hemodiálise eu fiz o transplante de rins e nesse meio tempo eu tive que fazer um exercício. Então a Zumba me ajudou muito na parte da minha saúde. Por isso, só agradeço o “Joias” e espero que continue”.
– Cindy Tatiana:
“Quando eu entrei no curso, senti um cuidado especial do projeto com as pessoas. Na época eu estava desempregada e lembro que, no final do ano, o Artesanato foi até uma fonte de renda para mim, já que fiz encomendas com chaveirinhos de Natal. Por isso, espero que continue tendo o projeto, para que mais pessoas possam aprender através das atividades e cursos oferecidos”, concluiu.
*Projeto realizado com recursos destinados pelo Comitê Gestor formado pela Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho-MG (AVABRUM), Defensoria Pública da União (DPU), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Tribunal Regional do Trabalho (TRT), do Dano Moral Coletivo pago a título de indenização social pelo rompimento da Barragem em Brumadinho em 25/01/2019, que ceifou 272 vidas.
